sábado, 19 de setembro de 2009

Poema à minha casa nova

Vejo televisão
de rebuçados na mão
tenho sorte em ser anão
caber dentro da caixa de papelão
onde ontem vinha embrulhada a televisão
quando a comprei no Intermarché (ah pois não)

Se não tivesse esta caixa onde dormitar
havia de ter as costas já a refilar
o papelão não é assim muito de fiar
então ao enxoval fui buscar
aqueles panos da loiça com picot (ar ar ar)
que a minha avó me comprou sem mais tardar
quando no mercado de benfica os foi encontrar
a um euro e o que mais ela quiser dar

sob o pano durmo que é só ver
as estrelas a nascer a fome a dizer
vai aos frangos que nem fogão esta casa sabe ter
mas prefiro rebuçados daqueles a valer
enchem o estômago até de manhã, podes crer
eu, a TV, os rebuçados, os panos da loiça e adormecer

o que mais pode um rato da cidade querer?

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